30 abril 2013

Amanhã como certamente saberás comemora-se o Dia do Trabalhador.

Em Portugal devido ao facto de ter havido uma ditadura durante longos anos, esta data só se começou a comemorar publicamente em 1974, logo a seguir à
revolução do 25 de Abril.

E porque se comemora o
Dia do Trabalhador a 1 de Maio?

Porque foi nesta data, no ano de 1886 que milhares de trabalhadores em Chicago, nos Estados Unidos da América, saíram à rua em manifestação pacífica com o objetivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diárias e contra as más condições de trabalho. A polícia dispersou a manifestação o que resultou em dezenas de mortos e feridos.
 
Talvez hoje ainda não dês muita importância a esta data, mas um dia mais tarde quando fores crescido, será também o teu dia. Porque ao exerceres uma profissão, quer por conta própria ou de outros, também tu irás ser um trabalhador.
 
Já pensaste nisso? Que profissão irás escolher?
 

É nesta fase, em que ainda és uma criança ou jovem, que a tua personalidade se desenvolve e que começas a refletir sobre o caminho que queres seguir na fase adulta.
Escolher uma profissão é um facto muito importante na nossa vida, pois ela compromete grande parte da nossa existência e deve proporcionar independência financeira, mas também satisfação pessoal.

 
Na sala infantil/juvenil da Biblioteca Municipal há muitos livros sobre as profissões, que te podem ajudar a encontrar a resposta que procuras.

 


Veterinário: O papel do veterinário consiste em tratar dos animais doentes ou feridos, protegê-los contra as doenças contagiosas e aconselhar os donos e criadores de animais.




Ilustração de Will Rafuse

Cozinheiro: Barrete branco na cabeça, o mestre cozinheiro reina nas cozinhas de um hotel ou restaurante. Dirige o pessoal da cozinha, trata das compras, organiza a preparação das refeições e dos pratos mais requintados.


 


Ilustração de Serena Curmi

Bombeiro: Pessoa com treino intensivo no combate a incêndios, no desmoronamento de edifícios, desastres naturais, no resgate de pessoas em acidentes e em muitas outras situações de emergência.





 
Esperamos por ti, aqui.
Bom feriado.


 

26 abril 2013

É só rir

O tempo no fim de semana vai estar mal humorado, o que não significa que também tenhas que estar de mau humor. Rir, dar gargalhadas, faz bem e nós vamos ajudar-te com a nossa sugestão de leitura.

Trata-se dum livro que te vai deixar bem disposto, que fala dum menino que não mete o dedo no nariz, porque quer ser o mais bem educado do mundo; de dois touros convencidos que aborrecem as vacas; de um homem com tanta pressa que nem vê para onde vai, entre outras;

“28 Histórias para rir”
Texto de Ursula Wölfel
Ilustrações de João Vaz de Carvalho
Editora Kalandraka

 

A história do papagaio

“Uma vez havia no jardim zoológico cinco papagaios numa jaula: um verde com o pescoço vermelho, um azul com as asas amarelas, um azul azul, um vermelho vermelho e outro de várias cores. Eram todos muito bonitos mas o de muitas cores queria ser o mais bonito de todos. Desejava que as pessoas só olhassem para ele e só lhe falassem a ele. Por isso sentava-se sempre perto das grades e palrava tão alto que ninguém o conseguia entender bem. Berrava: «Que elegante, que bonito sou!», mas as pessoas entendiam: «Que irritante, que estropício sou!». Todos se riam. E o papagaio ficava orgulhoso. Deu uma volta em redor de si mesmo e bateu as asas para que as pessoas o vissem de todos os lados. E nisto gritou: «E bem formoso!», mas as pessoas entendiam: «E bem feioso!». E todos se riam ainda mais, mas o papagaio de muitas cores não se apercebeu que se riam dele. Continuou a berrar: «Que irritante, que estropício sou! E bem feioso!».”

 
Requisita o livro.
Esperamos por ti com um sorriso, na sala infantil.
 

 
Ursula Wölfel escritora alemã de literatura infanto/juvenil, nasceu em 12 de setembro de 1922. Estudou literatura alemã na Universidade de Heidelberg e depois da Segunda Guerra Mundial, tornou-se professora de Educação Especial.
Começou a sua atividade literária em 1959, publicando numerosos livros entre eles Sapato de fogo e sandália de vento e Estrela voadora, tendo-se, desde então, dedicado exclusivamente à escrita. Apesar dos seus livros serem histórias de fantasia, também retratam temas como o quotidiano infantil, o Terceiro Mundo e acontecimentos atuais. Desde 1979 é membro do PEN Clube, que é a maior e mais importante organização mundial de escritores empenhada na defesa da liberdade de expressão, bem como dos direitos e valores humanistas. Recebeu vários prémios, entre eles o Prémio Alemão de Literatura Juvenil em 1962 e o Prémio Especial do Prémio Alemão de Literatura Infantil e Juvenil pelo conjunto da sua obra. Os seus livros encontram-se traduzidos em 15 idiomas.
 
Bom fim de semana

 Ilustração de Christian Asuh



24 abril 2013

Semana colorida com muita animação

E a causa desta animação foram as 168 crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 10 anos, que durante a última semana nos visitaram diariamente.


Crianças da Sala das Andorinhas do Centro Infantil Arco-Íris, todas as salas do Jardim de Infância de Casal de Malta e toda a Escola EB1 da Amieirinha, que encheram a Biblioteca Municipal de riso e alegria.

Hora do conto com muitas histórias contadas, - “Xavier, o livro esquecido e o dragão enfeitiçado”, “A bruxa Mimi”, “Beijinhos beijinhos” - muito teatrinho, feito pelas funcionárias da Biblioteca Municipal e desta vez, também, com a colaboração de uma ex-funcionária da casa, a Albertina Couceiro, que estando reformada ainda sente saudades destas atividades e colabora connosco quando solicitada. Obrigado Albertina!
 
 

É muito gratificante desenvolver esta atividade, porque sentimos muita recetividade por parte destes pequenos leitores, a história é sempre ouvida com grande curiosidade, mas muita atenção.  

Grande parte destas crianças começaram a frequentar a Biblioteca, com os pais e avós, na sequência das visitas feitas com as respetivas escolas ou jardins de infância, tornando-se leitores assíduos, escolhendo livremente os livros, que pretendem ver e ler.


Esta liberdade de escolha, que é tua e de todos nós, deve-se a uma revolução que aconteceu no nosso país, faz amanhã precisamente 39 anos, o
25 de Abril de 1974.

Nesse dia um grupo de militares decidiu pôr termo a 48 anos de medo, silêncio, angústia e tristeza, em que Portugal viveu durante o regime fascista e o povo juntou-se aos militares, saiu à rua, gritou BASTA!  e assim se fez a festa da liberdade.



 


As portas que Abril abriu

Era uma vez um país
onde entre o mar e a guerra
vivia o mais infeliz
dos povos à beira-terra.
 
(…)
 
Era uma vez um país
de tal maneira explorado
pelos consórcios fabris
pelo mando acumulado
pelas ideias nazis
pelo dinheiro estragado
pelo dobrar da cerviz
pelo trabalho amarrado
que até hoje já se diz
que nos tempos do passado
se chamava esse país
Portugal suicidado.

(…)

Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.
 
Disse a primeira palavra
na madrugada serena
um poeta que cantava
o povo é quem mais ordena.

(…)
José Carlos Ary dos Santos,
in Obra poética
Edições Avante!

 

20 abril 2013

25 DIAS, 25 POEMAS

 
 
Eu sou português aqui
 
(...)
 
Nasci aqui
no mês de Abril
quando esqueci toda a saudade
e comecei a inventar
em cada gesto a liberdade.
 
Nasci aqui
ao pé do mar
de uma garganta magoada no cantar.
Eu sou a festa inacabada
quase ausente
eu sou a briga
a luta antiga renovada
ainda urgente.
 
Eu sou português aqui
o português sem mestre
mas com jeito.
Eu sou português aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.
 
Poema de José Fanha,
in "Abril 30 anos trinta poemas",
org. José Fanha e José Jorge Letria
Campo das Letras Editores
 
 
 
José Fanha, nasceu em 19 de fevereiro de 1951 é arquiteto e professor.


Poeta e escritor, é autor de histórias e poesia infanto/juvenil.
Escreve textos para canções, rádio, televisão, teatro, ópera e cinema.
É ainda declamador e animador cultural desde o tempo em que acompanhava Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Carlos Paredes, Manuel Freire e outros, lançando palavras contra a ditadura.
Tem dirigido oficinas de poesia e de escrita além de desenvolver trabalho de divulgação de poesia e promoção do livro e da leitura em bibliotecas e escolas por todo o país.



 

19 abril 2013

A pensar morreu um burro

Já ouviste esta expressão? Sabes como surgiu e o que significa?

A origem desta expressão vem dum dilema sobre a indecisão, criado pelo filósofo francês Jean Buridan que viveu no século XIV.


Buridan imaginou um burro cheio de sede e de fome que se depara com duas tigelas, uma com água e outra com comida, mas que fica tão indeciso sobre o que fazer primeiro, se comer ou beber a água que acaba por morrer à fome e à sede.
Por isso, sempre que alguém demora muito tempo a tomar alguma decisão ouve a expressão “a pensar morreu um burro”.
 
Ah, mas é fim de semana, estás à espera da nossa habitual sugestão de leitura. Vamos lá então escolher um livro para ti ... hum... este não, aquele também não, o outro lá atrás é muito grande …, olha este aqui que coincidência, é mesmo este e é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano de escolaridade.
 
 
“A pensar morreu um burro: e outras histórias”
Texto de Helder Moura Pereira
Ilustrações de Luís Manuel Gaspar
Editora Assírio & Alvim
 


 

“Quando acordou não sabia se tinha sido verdade ou se tinha sido um sonho. E também não sabia se era um sonho de verdade ou um sonho de mentira. Quer dizer: podia ter sido um sonho que ele sonhara – e nesse caso era verdade. Mas também podia ter sido um sonho que ele inventara e nesse caso … O próprio não sabia. Só sabia que na história (ou no sonho …) entrava um burro, um daqueles burros que só sai do sítio quando quer. Pois ali estava aquele mais o dono, ali com dois caminhos à frente. O burro estacou. Uma placa dizia LUA; a outra dizia VAZIO. O dono puxava-o para a lua mas ele nem ia para a lua nem para o vazio. O dono desistiu. «És mesmo estúpido! Hás-de ficar aí até morrer». E, quer acreditem quer não, foi o que aconteceu. O burro nunca se decidiu. Pensou, pensou, pensou … e morreu.
Mas ainda bem que há quem sonhe estas coisas, porque senão nunca saberíamos o que era um burro.”

Não penses muito! Já sabes o que fazer.
Requisita o livro na sala infantil/juvenil da Biblioteca Municipal.
 

Helder Moura Pereira, poeta, escritor, tradutor nasceu em Setúbal, a 7 de janeiro de 1949.
Foi professor no ensino secundário e assistente da Faculdade de Letras de Lisboa.
Ingressou no Ministério da Educação em 1986, tendo exercido funções técnicas na área da educação de adultos, nomeadamente em animação de leitura e nos grupos de planeamento e redação da revista “Forma” e do jornal “Viva voz”.
Ganhou vários prémios literários entre eles o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio de Literatura Casa da América Latina/Banif, este último pela sua tradução do livro “O inútil da família” de Jorge Edwards.
Traduz regularmente autores como Ernest Hemingway, Jorge Luis Borges, Sylvia Plath, entre outros.

Bom fim de semana

 
Ilustração de Rafael Lopez


18 abril 2013

25 DIAS, 25 POEMAS

 


O comboio e o azul em frente
 
Era um comboio a vapor
nas linhas de antigamente...
O povo que transportava
também era diferente.
 
O Homem mudou a técnica
e esta mudou-lhe o ser.
Não há nada que não mude,
não há um permanecer.
 
E cada dia que nasce
nos abre o azul em frente.
Este comboio de agora
não é o de antigamente!
 
Fernando Miguel Bernardes,
 in O grilo e o seu violão
Livros Horizonte




Fernando Miguel Bernardes nasceu em 1929 na Gândara dos Olivais, Leiria. Foi professor do ensino superior e trabalhou em várias empresas. Recebeu vários prémios literários e como seguimento da publicação dos seus livros para a infância e juventude visitou muitas escolas do país. Antes do 25 de Abril, assumindo na prática posições coerentes com a sua ideologia, foi várias vezes preso, tendo cumprido penas em cadeias políticas. Posteriormente, foi-lhe reconhecido pela Assembleia da República, o "mérito excecional da contribuição dada à defesa da Liberdade e da Democracia."
 

15 abril 2013

ABRIL, HISTÓRIAS MIL

Este mês a atividade da hora do conto – Contamos … contigo – destinada aos estabelecimentos de ensino do pré escolar e 1º ciclo do ensino básico tem sido muito concorrida, o que nos deixa muito felizes e orgulhosos.
Já aqui falámos dos meninos e meninas de 2 anos do Centro Infantil Arco-Íris, que nos visitaram no passado dia 2.

Hoje tivemos a presença das crianças do 2º ano da Escola EB1 da Amieirinha, e na semana passada recebemos os 1º e 2º anos da Escola EB1 de Casal de Malta, num total de 62 crianças, e até final do mês iremos contar com muitas mais, que vêm acompanhadas pelas respetivas educadoras/professoras e auxiliares.
 
 
 

Depois da visita guiada pelos vários espaços da Biblioteca Municipal, através da qual as crianças ficam a conhecer o funcionamento da Biblioteca, tem lugar a tão esperada hora do conto na sala infantil, onde os livros ganham vida e onde são alimentados os hábitos de leitura tão importantes ao desenvolvimento das crianças.
 
Ouvida a história, sempre com muito interesse e entusiasmo, as crianças são convidadas a explorar os livros que se encontram na sala infantil e que são destinados às suas idades.


 
 
 

Muitas destas crianças já são leitoras da Biblioteca Municipal e aproveitam esta visita para requisitar livros.
 
Boa semana para todos e até à próxima.
 

 


 
Sou ainda em Portugal,
os versos de uma canção.
Mas muito mais do que versos
sou Abril, Abril dos Cravos
marco e História da Nação.


Soledade Martinho Costa, in Os 12 irmãos: Abril



12 abril 2013

Apresentamos-te a Clementina para passar o fim de semana contigo

A Clementina tem oito anos e, nas suas próprias palavras, é «alérgica a ficar quieta e sossegada». Como deves imaginar, isto nem sempre lhe facilita a vida, e a Clementina acaba por passar mais tempo no gabinete da diretora da escola do que gostaria. Por exemplo, esta semana vai de mal a pior. Tudo começou porque na segunda-feira a sua melhor amiga, a Margarida, ficou com o cabelo cheio de cola durante a aula de Arte. A Clementina tentou ajudá-la, mas os adultos não percebem nada de nada – se percebessem não estariam sempre a dizer-lhe para prestar atenção, quando são eles que não prestam atenção às coisas realmente interessantes que se passam à sua volta -, e os sarilhos nunca mais tiveram fim! Hilariante e inesquecível, tal como as ilustrações que o acompanham, este livro vem apresentar-te uma menina cheia de imaginação – e o mundo nunca mais te vai parecer o mesmo depois de visto através da perspetiva de Clementina!
 

Este livro recebeu numerosos prémios literários e foi eleito o melhor livro infantil por diversas revistas e jornais. Encontra-se traduzido em cerca de quinze línguas e conquistou o estatuto de bestseller do jornal New York Times.


Clementina
Texto Sara Pennypacker
Ilustrações Marla Frazee
Editorial Presença


 

“Esta semana não tem sido grande coisa.
Bem, a segunda-feira até nem foi má, se não contarmos com os hambúrgueres crus que comemos ao almoço nem com o facto de a mãe da Margarida ter ido buscá-la à escola. Nem com as coisas que aconteceram no gabinete da directora da escola, onde tive de ir explicar que o que acontecera ao cabelo da Margarida não fora culpa minha e que, além do mais, ela até ficava bem sem cabelo. Ou melhor, eu tentei explicar tudo isso à directora Coelho, mas não pude porque ela não estava lá; tinha saído para tentar acalmar a mãe da Margarida. Alguém me devia ter explicado que não se pode atender o telefone do gabinete da directora, já que é assim tão errado.
Pronto, está bem. Segunda-feira não foi um dia nada bom.”

Não te atrases, vem à sala infantil/juvenil da Biblioteca Municipal, para levares a Clementina contigo.
Ela teve uma semana péssima e está a precisar de boa companhia.
Divirtam-se.
 
Bom fim de semana
 
 
 
E foi assim que em Abril
um grupo de capitães
devolveu filhos soldados
à casa de suas mães
 
Foi a guerra que acabou
e voltou a liberdade
para pôr cravos de esperança
nos canteiros da cidade.
 
José Jorge Letria, in Portugal por miúdos
Editorial Teorema
 
 

08 abril 2013

Já pensaste no trabalho que é feito até um livro chegar a ti?

Lês o livro, divertes-te e aprendes com a sua história, admiras as suas ilustrações …
mas como é que tudo começa?
 Nós explicamos.

O processo começa com o autor do livro a escrever a sua história, no fim do texto pronto entrega-o ao ilustrador que faz os desenhos.
Depois procuram um editor que esteja interessado em publicar a história. Que sorte! Encontraram um que quer publicá-la.
Imagem de Tiago Carossi
A partir daqui começa a fabricação do livro. Num computador são colocados o texto e as imagens na maqueta do livro, são escolhidos o tipo de caracteres e um estilo de letra para o texto, é definida a qualidade e a espessura do papel que será utilizado, é calculado o preço de produção do livro e definido o número de exemplares a imprimir.

Então, a partir do ficheiro informático, uma impressora imprime milhares de folhas de papel, que depois são dobradas, cosidas e coladas em conjunto.
No final os livros são distribuídos pelos livreiros nas lojas para serem vendidos.
É aí que os podes ir comprar, como fazem as bibliotecas para os terem à disposição de todos os leitores.

SABIAS QUE ...
Há muitos, muitos anos, antes da descoberta da tipografia, os livros eram escritos à mão por monges, que os copiavam e ilustravam um a um? A perfeição com que os monges executavam o seu trabalho fazia com que demorassem anos a acabar um livro. Como eram raros e muito caros, os livros estavam muitas vezes presos por uma corrente para maior segurança.



E sabes como se chamam os primeiros livros impressos? 
São incunábulos.

Mas sabes que ler é fantástico e que na sala infantil/juvenil da Biblioteca Municipal 
tens montes de livros à tua disposição?

BOA SEMANA



Esse dia sem igual,
como um dia inicial,
esse dia inteiro e limpo
foi o 25 de Abril.
Dia em que as ruas cresceram
e as horas se esqueceram
e em praças e avenidas
se agitaram cravos mil.
Em que o povo levantou,
de voz armado e razão,
a sua Revolução,
p´ra, sem mortos nem feridos,
ao país restituir
a liberdade roubada
e à terra lançar sementes
de um recto e claro porvir.




                                João Pedro Mésseder, 
in Romance do 25 de Abril: em prosa rimada e versificada
Editorial Caminho

25 dias, 25 poemas ... de LIBERDADE

[Por motivos técnicos, não nos foi possível publicar o poema sobre a Liberdade no dia 6 de abril, pelo que o fazemos hoje.]

O poema - Antes que seja tarde - é da autoria de

Manuel da Fonseca, escritor e poeta, nasceu em Santiago do Cacém, em 1911 e faleceu em Lisboa, em 1993. Foi um dos maiores escritores do neorrealismo literário português.
Começou por publicar poesia, prosseguindo com prosa de ficção, revelando-se um escritor de tendência regionalista e de funda preocupação humana, que retrata a vida pobre dos trabalhadores rurais do Alentejo, dando especial realce à sua luta contra a injustiça e a miséria.
Teve através da sua arte uma intervenção social e política muito importante.





Antes que seja tarde 

Amigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.

Manuel da Fonseca, in Poemas completos
Editora Forja


05 abril 2013

Este fim de semana vais ficar com os cabelos em pé.


E não… não é por causa do vento, mas sim devido à nossa habitual sugestão de leitura, que é

“O grande livro do medo: 20+1 histórias para tremer”
Adaptação dos textos Xavier Valls
Ilustrado por Pedro Rodríguez
Didáctica Editora


Este livro pretende surpreender-te. Abre-te a porta à leitura de alguns casos extraordinários e a experiências alucinantes escritas por grandes mestres de um género literário chamado de terror.
O desconhecido assusta e os fantasmas, os factos inexplicáveis, os vampiros e as demais criaturas do mal podem ser protagonistas dos piores pesadelos.
O grande livro do medo oferece-te 21 histórias para avivar a tua imaginação, exercitar a tua inteligência … e, também, por que não, para satisfazer esse teu desejo de ler histórias, mesmo que te façam "tremer de medo".

Deixamos-te com um pequeno excerto duma dessas histórias.


“Os crimes da Rua Morgue” de Edgar Allan Poe

"Resolver enigmas não é uma coisa fácil. Não basta ser um bom observador. Talvez o mais importante seja estar atento a todas as formas possíveis de chegar à verdade. Isto é o que, na realidade, ajuda a descobrir que a verdade nem sempre está assim tão escondida.
Para ilustrar estas ideias, o melhor é um bom exemplo:
Uma manhã o senhor C. Auguste Dupin e eu estávamos a tomar o pequeno-almoço num café de Paris. Folheávamos distraídos um jornal, quando lemos o cabeçalho de uma notícia de grande impacto: Crimes extraordinários.
A notícia contava que na madrugada anterior, numa casa da rua Morgue, tinham sido encontrados os corpos, sem vida, de uma tal senhora L´Espanaye e da sua filha, a menina Camille. Segundo explicava La Gazette, os vizinhos acordaram com os gritos que procediam do quarto andar de um edifício. De imediato, e ajudados por dois polícias, os vizinhos conseguiram abrir a porta do prédio. Enquanto subiam, temerosos, as escadas, ouviram ainda mais gritos, que se calaram antes de chegarem ao respectivo piso. E, quando entraram num dos quartos, depararam com uma cena que lhes revolveu o estômago."


Vem à Biblioteca. Requisita o livro.
Junta-te ao Clube de Leitores Sem Medo.


Edgar Allan Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809 e faleceu em 7 de outubro de 1849.
Autor, poeta, editor e crítico literário norte-americano, fez parte do movimento romântico americano. Foi o primeiro escritor americano conhecido a tentar ganhar a vida através da escrita, o que resultou numa vida e carreira financeiramente difíceis.

Depois duma longa viagem pela Inglaterra, Escócia e Irlanda com os pais adotivos, regressou aos Estados Unidos em 1822 e continuou os seus estudos, sob a orientação dos melhores professores dessa época. Dois anos depois, entrou para a Universidade de Charlottesville, distinguindo-se tanto pela inteligência quanto pelo temperamento inquieto, que o levou a ser expulso da escola.

Depois de vencer, simultaneamente, os concursos de conto e poesia promovidos pela revista "Southern Literary Messager", o fundador da publicação convidou-o a dirigir a revista, que rapidamente se impôs ao público. Durante dois anos, Poe esteve à frente do periódico, onde pôde exibir o seu talento, que se manifestava num estilo novo, no conto e na poesia, bem como pelos artigos de crítica literária que revelavam o seu rigor e sensibilidade.
Alguns dos seus livros são considerados obras-primas do terror.

Bom fim de semana

Ilustração de Phil McAndrew

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