Caricatura de D. Afonso Henriques por Miguel Salazar |
Comemorado a 7 de outubro, o Dia
Nacional dos Castelos foi instituído em 1984 com o objetivo de promover
atividades ao longo do país relativamente aos castelos, fortes e outros tipos
de fortificações.
Certamente que já viste ou visitaste
algum dos belos castelos medievais que se encontram de norte a sul de Portugal,
que são recordações do nosso passado e parte importante da nossa história, que
contam extraordinárias aventuras desde os tempos de D. Afonso Henriques e das
lutas contra os invasores, ajudando a definir a identidade portuguesa e
retratando a sociedade da época.
Se hoje em dia muitos castelos
são simples ruínas, imagina-os majestosos há umas centenas de anos atrás,
quando eram novos, com bandeiras coloridas hasteadas nas torres e soldados de
armaduras resplandecentes a patrulhar as muralhas. Inicialmente foram
construídos em madeira, vindo a ser substituídos por estruturas de pedra.
Erguidos em sítios altos, dominavam e vigiavam a região. O governante local ou o rei
viviam lá e os habitantes das aldeias em redor refugiavam-se ali em caso de
perigo.
“Um dia, o país da nossa história
acordou de boca aberta. Então não é que, mesmo no meio da avenida principal,
estava um castelo todo feito de nuvens? O castelo não estava no chão, erguia-se
no ar, quase ao alcance da mão, mas suspenso no céu. Em vez de ponte levadiça
(que é aquela coisa por onde, nas outras histórias, passam os cavaleiros todos
vestidos de ferro) o nosso castelo tinha uma enorme escadaria, que parecia
feita de algodão. Em vez de ameias (que é aquele sítio onde os guerreiros se
escondiam a atirar setas) o nosso castelo tinha janelas, mas sem vidros, todas
feitas com o azul do céu. E o castelo não tinha telhado.
Para vocês compreenderem melhor
onde isto aconteceu, vou dizer-vos como era o país da nossa história: era um
país muito pequenino, muito bonito, onde as pessoas andavam sempre muito
ocupadas a terem juízo. Os homens e as mulheres eram muito trabalhadores, nunca
faziam asneiras e as crianças a mesma coisa. Iam para a escola muito
direitinhas, sempre pelo passeio, fartavam-se de estudar e tinham boas notas.
Não viam televisão e por aí fora …
Para ser franco, tenho de dizer
que era um país que nem parecia de verdade. Era assim a modos que uma coisa
inventada por um senhor, daqueles que escrevem coisas e a gente chama
escritores.”
Excerto do conto Um castelo nas nuvens,
in Uma mão cheia de histórias,
de Mário Contumélias
APROVEITA E VISITA OS CASTELOS DA NOSSA REGIÃO
BOA SEMANA
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