Desde sempre, que me recorde, a família tem o costume de se reunir nos dias festivos, É festa, é festa! (…)
Se me lembro especialmente desse domingo de Páscoa é por alguma razão. Eu digo já o que foi: recebi nesse dia uma agradável surpresa, que eu ainda conservo (…)
Calculem a surpresa! Era uma amêndoa embrulhada em papel de prata.
«Deve ser boa!» - disse a mãe.
Eu comi, e era boa, era.
«A amêndoa não apareceu aqui por acaso - falou a avó Elisa. - Desconfio que anda por aí um animalzinho a largá-las para ti!» (…)
«Falta descobrir que tipo de animal é.» - Continuava a avó Elisa a falar.
Eu estava espantado e maravilhado ao mesmo tempo, porque não sabia que pudesse haver um animal que pusesse caganetas daquelas. Amêndoas! (…)
«Ó João aqui há coisa!» (…)
Corri para o sítio (…) descobri entre as flores, agachado, um coelhinho vermelho. Tinhas duas orelhas grandes, mas caídas, e uns olhos luzentes, (…)
in, A quinta do meu avô
de Alexandre Cabral
Ilustração Robert Wagt |
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