. . . e no quintal, cheio de cerejeiras, fartei-me de brincar com os meus irmãos. Um verdadeiro parque de aventuras. Habitavam-no muitos bichos, como é normal acontecer num quintal. Uns mais simpáticos, como gatos, galinhas, pombas e pardais que tinham o dom de tornar as cerejas ainda mais doces, e outros mais antipáticos, como aranhas gordas e amarelas, minhocas meio nojentas e bonitos escaravelhos às riscas, mas maus porque faziam mal às batatas.
Lembro-me dos pêssegos e das paisagens que a minha mãe ainda hoje pinta. Lembro-me da paixão pela música do meu pai. E da do meu avô que tinha a forma de uma banda. Encostado ao balcão da loja de solas e cabedais de que recordo ainda hoje aquele cheiro característico, copiava músicas dias a fio, com esferográficas Bic, azuis e vermelhas, para bandas inteiras. Já tarde percebi de que forma perdurável todas essas e outras emoções me tinham marcado.
Palavras do artista plástico e ilustrador
João Vaz de Carvalho
e
João Vaz de Carvalho
Auto retrato do artista
Nasceu no Fundão em 1958. É em Coimbra no início da década de oitenta do século passado que começa a trabalhar em desenho, pintura e cerâmica na oficina de mestre Vasco Berardo.
Na qualidade de ilustrador, colabora com a maioria dos títulos da imprensa nacional de referência e ilustra livros para os mais novos, tanto em Portugal como no estrangeiro. Destacam-se alguns prémios tais como: 1º Prémio Ilustrarte 2005, Bienal Internacional de Ilustração - Diplomas dos Prémios Visual 2008, Espanha - 45rd The Golden Pen of Belgrade Award 2009, Sérvia - 1º Prémio da Crítica do Calendario Duemila 2011, Cremona, Itália - 1º Prémio de Caricatura World Press Cartoon 2011, Sintra - Award of Excellence of Communication Arts 2012, EUA - Dois Prémios pela Creative Quarterly 2012, EUA.
Na Sala Infantil da Biblioteca encontras livros com ilustrações de
João Vaz de Carvalho, entre eles 28 Histórias para rir |
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