07 outubro 2020

A BELA MOURA DE LEIRIA

Testemunhos da memória coletiva dos povos e importantes referências a nível arquitetónico, histórico, cultural e simbólico de um país, os castelos fazem, também, parte do imaginário infantil, palco de aventuras e brincadeiras.

Portugal, com centenas de castelos e fortes assinala hoje, dia 7, o 

Dia Nacional dos Castelos.


Perto de nós, o Castelo de Leiria, guarda a magia de tempos remotos, onde se cruzavam belas donzelas, reis e rainhas, cavaleiros, soldados, homens e mulheres humildes, que deram origem a muitas lendas, entre as quais a da princesa moura Zarah.



O livro escrito por Orlando Cardoso, profundo conhecedor da história da região de Leiria, conta a  história passada em tempos muito distantes em que o rei D. Afonso Henriques conquistava cidades e vilas, que se encontravam na posse dos mouros, tendo chegado às proximidades da cidade do Lis, que acabou por conquistar, também. 

Aqui, ordenou a construção de um castelo que entregou à guarda dos seus guerreiros, partindo para a conquista de novas terras, construindo, desta forma, um Portugal maior.

Os mouros tendo sabido que o castelo se encontraria com algumas falhas de segurança, regressaram e, através de uma renhida luta, venceram os poucos guardas tomando-o de assalto. Nessa altura, passou a ser guardião do castelo um velho mouro que vivia com a sua filha, chamada Zarah, que era uma linda moura  de olhos cor de esmeralda.

É Zarah, quem conta a história do castelo e da cidade, onde atravessam os séculos os poetas Francisco Rodrigues Lobo e Afonso Lopes Vieira e o escritor Eça de Queirós.


Ilustração Rui Pedro Lourenço

"Foi então que ouvi o sinal, o repique festeiro dos sinos de todas as torres de Leiria, de S. Gabriel a S. Miguel, de Santo António do Carrascal a S. Francisco, de Santo Estêvão a S. Pedro. A boa-nova propagou-se como fogo queimando palha ressequida. Soube, por esses dias, que Leiria era cidade e que um bispo já vinha a caminho (...)

Saudade não é, como muitos dizem, palavra cristã. Ela existe, e dói, no fundo do meu coração. Meu avô, o poeta al-Mutamid, disse um dia a minha mãe: «Solta a alegria! Que fique desatada! Esquece a ânsia que rói o coração.»"

Outras lendas relacionadas com o castelo de Leiria, referem que sob o castelo existe um vulcão adormecido, responsável pelo aquecimento da água da fonte quente e que existe uma passagem secreta subterrânea que permite a comunicação do castelo, com uma igreja do lado oposto da cidade.


Zarah, espera por ti, aqui na Biblioteca Municipal, para juntos celebrarem o 

Dia Nacional dos Castelos




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