ANO NOVO
Era uma vez um ano novo
Que não queria ser tão novo assim.
Que não queria ser tão novo assim.
Sentia-se inexperiente
Tinha medo de ver tanta gente,
De foguetes e de chinfrim.
Tanto espalhafato com o seu nascimento
Dava-lhe a volta à barriga.
Tanta gente a dizer "viva o Ano Novo",
Tanta gente, tanto povo!
E se ele não fosse capaz?
Se fosse um ano bera?
Se ali, mesmo chegados à primavera,
Achassem que ele não era eficaz?
Todos esperavam que ele
O Ano Novo, jeitoso,
Fosse o melhor, o mais formoso,
Que desse saúde, paz, riqueza.
E ele estremecia... estaria à altura?
Não tinha a certeza.
Por isso, o Ano Novo
Fechou-se no quarto a tremer,
Não queria ser novo,
Queria tanto envelhecer.
Foi então que o Ano Velho,
Sábio e inteligente,
Foi ter com o Ano Novo
E abraçou-o, paciente.
Tem calma, vai tudo correr bem.
Há pessoas que vão ter azar
Outras sorte e dinheiro também.
A culpa não vai ser tua
Nem para o mal nem para o bem.
É a vida, simplesmente,
Deixa-a correr com ternura.
Sai do quarto, Ano Novo,
E vive esta grande aventura!
Extraído de Histórias Viradas do Avesso, pág. 70
Este poema foi escrito por
SÓNIA MORAIS SANTOS
e extraído deste livro
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