22 outubro 2021

UMA ESPÉCIE INVASORA

Temos a sorte de viver numa zona ao lado da praia, onde passamos muito tempo, não apenas a dar mergulhos e apanhar banhos de sol, mas também em longas caminhadas, a explorar poças de maré e até procurando fósseis.

Foi desta forma que a bióloga Ana Pêgo, passou a infância, na Praia das Avencas, Cascais. À medida que foi crescendo, o interesse e a curiosidade pelo mar nunca a abandonaram. Estudou Biologia Marinha e Pescas na Universidade do Algarve e, após terminar o curso, trabalhou alguns anos em investigação, sempre ligada aos oceanos.

Nos últimos anos tem-se dedicado sobretudo a projetos de educação ambiental, sensibilizando as pessoas para a conservação dos oceanos, nomeadamente para o problema dos resíduos de plástico. Foi neste contexto que criou o projeto Plasticus maritimus, que é também uma página do facebook, onde vai dando conta das suas descobertas.

O projeto deu também origem a um livro com o mesmo nome, que escreveu juntamente com a autora Isabel Minhós Martins, com ilustrações de Bernardo P. Carvalho.

A edição francesa do livro “Plasticus maritimus, uma espécie invasora”, foi selecionado pelo Felipé — o Festival du Livre et de la Presse d’Écologie que se realiza anualmente na cidade de Paris. Este festival procura chamar a atenção para os problemas ambientais, destacando e premiando em cada edição um conjunto de livros publicados dentro desta área temática (ambiente, natureza, ecologia). Depois de feita uma seleção por um painel de jurados, a escolha final do vencedor caberá a um painel de crianças.


Em janeiro de 2017, um navio dinamarquês, que fazia o transporte de contentores entre a China e a Alemanha, foi atingido pela tempestade Axel, deixando cair ao mar cinco dos seus contentores. Num deles viajavam milhares de ovos Kinder Surpresa, contendo no interior um brinquedo de plástico e uma pequena folha de instruções de montagem.
Os ovos surpreenderam os habitantes da pequena ilha de Langeoog, na costa nordeste da Alemanha; mas se apanhar centenas de ovos na praia revelou ser um programa divertido para as crianças, aos poucos, os habitantes e autoridades locais aperceberam-se de que o cenário colorido não tinha afinal tanta graça...
Um estudo concluiu que, todos os anos, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico acabam nos oceanos (quase tudo embalagens). Isto equivale a serem despejadas no mar, a cada hora que passa, cerca de mil toneladas de plástico. A cada minuto, um camião de plástico. Sem pausas. 
As estimativas mais recentes indicam ainda que: com o crescimento das populações e com o aumento do consumo de plástico, este número irá duplicar até 2025. É assim que chegamos à triste conclusão: em 2050, haverá no mar mais plástico do que peixe.

Ilustração do livro


Requisita o livro onde tens muita informação acerca do assunto, incluindo um guia para preparar idas à praia, como faz a Ana Pêgo.

Motiva-te para a mudança.






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