19 abril 2013

A pensar morreu um burro

Já ouviste esta expressão? Sabes como surgiu e o que significa?

A origem desta expressão vem dum dilema sobre a indecisão, criado pelo filósofo francês Jean Buridan que viveu no século XIV.


Buridan imaginou um burro cheio de sede e de fome que se depara com duas tigelas, uma com água e outra com comida, mas que fica tão indeciso sobre o que fazer primeiro, se comer ou beber a água que acaba por morrer à fome e à sede.
Por isso, sempre que alguém demora muito tempo a tomar alguma decisão ouve a expressão “a pensar morreu um burro”.
 
Ah, mas é fim de semana, estás à espera da nossa habitual sugestão de leitura. Vamos lá então escolher um livro para ti ... hum... este não, aquele também não, o outro lá atrás é muito grande …, olha este aqui que coincidência, é mesmo este e é recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano de escolaridade.
 
 
“A pensar morreu um burro: e outras histórias”
Texto de Helder Moura Pereira
Ilustrações de Luís Manuel Gaspar
Editora Assírio & Alvim
 


 

“Quando acordou não sabia se tinha sido verdade ou se tinha sido um sonho. E também não sabia se era um sonho de verdade ou um sonho de mentira. Quer dizer: podia ter sido um sonho que ele sonhara – e nesse caso era verdade. Mas também podia ter sido um sonho que ele inventara e nesse caso … O próprio não sabia. Só sabia que na história (ou no sonho …) entrava um burro, um daqueles burros que só sai do sítio quando quer. Pois ali estava aquele mais o dono, ali com dois caminhos à frente. O burro estacou. Uma placa dizia LUA; a outra dizia VAZIO. O dono puxava-o para a lua mas ele nem ia para a lua nem para o vazio. O dono desistiu. «És mesmo estúpido! Hás-de ficar aí até morrer». E, quer acreditem quer não, foi o que aconteceu. O burro nunca se decidiu. Pensou, pensou, pensou … e morreu.
Mas ainda bem que há quem sonhe estas coisas, porque senão nunca saberíamos o que era um burro.”

Não penses muito! Já sabes o que fazer.
Requisita o livro na sala infantil/juvenil da Biblioteca Municipal.
 

Helder Moura Pereira, poeta, escritor, tradutor nasceu em Setúbal, a 7 de janeiro de 1949.
Foi professor no ensino secundário e assistente da Faculdade de Letras de Lisboa.
Ingressou no Ministério da Educação em 1986, tendo exercido funções técnicas na área da educação de adultos, nomeadamente em animação de leitura e nos grupos de planeamento e redação da revista “Forma” e do jornal “Viva voz”.
Ganhou vários prémios literários entre eles o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio de Literatura Casa da América Latina/Banif, este último pela sua tradução do livro “O inútil da família” de Jorge Edwards.
Traduz regularmente autores como Ernest Hemingway, Jorge Luis Borges, Sylvia Plath, entre outros.

Bom fim de semana

 
Ilustração de Rafael Lopez


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