26 outubro 2012

Mais um fim de semana a chegar ...

... e por isso, deixamos-te o convite para leres um livro no conforto da tua casa, agora que o outono se começa a notar e a hora de inverno vai chegar. É verdade, não te esqueças de atrasar o relógio. E esse livro é:

 "Os piratas" 
de Manuel António Pina, 
das Edições Asa

"Há pessoas que não acreditam em ilhas. Acham que as ilhas são coisas inventadas, em que só se acredita quando se é criança. Por isso, chega um dia em que julgam que já não são crianças e deixam de acreditar em ilhas. Outras pessoas pensam que uma ilha é uma terra rodeada de mar e de névoa por todos os lados. Todavia, no meio da névoa, dentro da ilha, está-se em muito mais coisas do que numa terra, pode até estar-se num sítio desconhecido dentro de nós. Chamo-me Manuel e vivo numa ilha, ou uma ilha vive em mim, não tenho a certeza, uma ilha rodeada de mar e de névoa por todos os lados, principalmente pelo lado de dentro.”



Manuel António Pina, jornalista e escritor, nasceu em 18 de novembro de 1943, no Sabugal, na Beira Alta. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1971, exerceu advocacia e foi técnico de publicidade. Autor de livros para a infância e juventude, poesia, teatro, crónicas, ensaios, alguns deles foram adaptados para cinema e televisão e editados em disco.
Muita da sua obra infantil e juvenil é selecionada para fazer parte dos manuais escolares, sendo também integrada em antologias portuguesas e espanholas. Está traduzido em França, EUA, Espanha, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Rússia, Croácia e Bulgária.
Entre os vários prémios que recebeu ao longo da sua carreira, destaca-se o Prémio Camões em 2011, maior galardão literário dedicado à literatura em língua portuguesa, instituído por Portugal e Brasil, ao qual se referiu como “a coisa mais inesperada que eu poderia esperar”.
Como deves saber, Manuel António Pina faleceu na passada 6ª feira, dia 19 de outubro.


***************

"Tantas lembranças de que não me lembro,
Sítios que não sei, invenções que não invento,
Gente de vidro e de vento, países por achar,
Paisagens, plantas, jardins de ar,
Tudo o que eu nem posso imaginar
Porque se o imaginasse já existia
Embora num lugar onde só eu ia ..."


Manuel António Pina, 
excerto do poema "Coisas que não há que há",
do livro "O pássaro da cabeça"



Leva os piratas contigo.
Vem à Biblioteca Municipal conhecer as obras deste autor que se encontram na sala infantil/juvenil.


Ilustração de Paulo Galindro


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